Entrevista com Fabrício Carpinejar

Fabrício Carpinejar

O jornalismo às vezes nos aproxima dos nossos ídolos. É muito bom poder entrevistá-los. Melhor ainda é descobrir uma história melhor do que o esperado. Foi o que aconteceu quando entrevistei o Fabrício Carpinejar sobre parar de fumar. Como eu disse, sou verborrágica, então resolvi publicar as respostas mais marcantes, que couberam ou não na matéria original, aqui. É uma pena que não venha com sotaque do sul que ele tem, ficaria ainda mais legal.


Trechos da entrevista com Fabrício Carpinejar


- Por quanto tempo fumou?
Fumei durante 22 anos, comecei aos 16 anos. Por dia eram mais de de 2 cartelas. Já estou na segunda tentativa de abandonar o vício. A primeira durou menos de 2 semanas, cerca de 10 dias.

- Na época o que o incentivou a fumar?
Era outra época. Naquele tempo o cigarro era um amuleto social. Para o tímido ele é uma muleta social.

- Quando e por que decidiu que era hora de parar?
Na primeira tentativa decidi parar porque eu sou asmático crônico. Da segunda foi porque eu comecei a apresentar baqueteamento digital, isso significa que meus dedos começar a ficar em formato de baqueta. Esse é o primeiro sintoma de que a pessoa terá efisema pulmonar ou DPCO Doença pulmonar obstrutiva crônica. Minha namorada me alertou e fez uma verdadeira campanha para eu abondonar o vício.

- Qual o papel da Cinthya nessa batalha?
A forma que ela encontrou de me ajudar foi genial. Depois de ter feito a campanha a Cinthya começou a me presentear a cada semana com um cartão de incentivo por ter conquistado uma semana a mais sem cigarro.

- Há vários comentários de incentivo nos posts que você fala sobre cigarro. De que forma isso contribui para você abandonar o vício?
É essencial, pois para parar de fumar é necessário o empurrão do abraço. É preciso haver um grande circuito de pequenos incentivos para conseguir abandonar o vício. O cigarro cria necessidades que não existiam antes.

- Alguém já disse que se espelha em você para parar?
Como eu disse anteriormente, é importante haver um circuito de pequenos incentivos para as pessoas abandonarem o vício. Muita gente diz nas redes sociais que vai parar também, dá força, compartilha experiências.

O que é mais difícil nessa luta?
O mais difícil é desvincular o cigarro da vida. O fumante acha que o cigarro é o seu corpo e o corpo é alma dele. Eu só escrevia fumando, fica muito difícil escrever sem o cigarro. Difícil também é acostumar com a lentidão do raciocínio.

O que você sugere para quem quer abandonar o vício?
Não subestimar o cigarro. Saber que ele é mais forte do que você. Não podemos cantar vitória e não adianta nada evitar a convivência com fumantes. É preciso muita concentração para conseguir parar de fumar.

O que significa a marcação de tempo na internet?
É uma renovação dos meus votos de ex-fumante. Comemorar a cada semana me fortalece. É um calendário pessoal e não uma forma de competir com outras pessoas que pararam de fumar.

O que mudou nesses meses que você está sem fumar?
Estou menos ansioso. Quando a ansiedade toma conta de mim ela não evolui para agressividade. Estou muito mais cheiroso também.