Percalços

Se acho um desses eu não solto nunca mais

Há pouquíssimo tempo me acostumei com uma vida mais tranquila. Quem me conhece sabe bem do que estou falando. Alguns dos meus amigos já sabiam que na segunda era dia de eu contar as minhas peripécias do final de semana. Não é que só aos sábados, domingos e feriados é que acontecia algo, pelo contrário, minha rotina era permeada de tropeços, no sentido literal e figurado, diga-se de passagem. É que, normalmente, as histórias do fim de semana envolviam romance e drama ao mesmo tempo, o que despertava interesse de muitos.

Hoje tenho bem menos o que contar, mas sou imensamente mais feliz. Parte de toda essa felicidade tem nome composto...

Felicidade hoje é trabalhar o dia todo e ir para a aula a noite,  colocar minha mochila na costas e ter quem me busque na rodoviária ou até mesmo dormir o final de semana todinho para recarregar as energias e outras coisinhas que parecem sem graça. No entanto, só para me lembrar daqueles tempos nos quais que eu tinha o título de pessoa mais azarada, nada deu certo durante a semana inteira.

O que me incomoda nisso tudo é ter descoberto que hoje sou bem mais tensa do que antigamente. Fico nervosa, choro, reclamo... Reclamar eu já reclamava, porém não consigo mais fazer disso tudo uma piada. Sei bem o motivo dessa mudança: tenho a certeza de que viver sem nenhum acontecimento surpreendente é bem melhor do que eu ser surpreendida o tempo todo.

As aventuras podiam até deixar minha breve trajetória mais interessante, entretanto ter um dia-a-dia sem percalços deixa minha vida normalmente feliz.