Escrever é cortar e ser jornalista é ser cortado. Somos escravos do espaço, é isso mesmo, "nenhuma palavra a mais que 1200 caracteres e aqui tem que ilustrar com fotografia ainda viu? Senão ninguém lê, não haverá atratividade." É o que escutamos sempre, é rotina. Beleza eu encaixo a mensagem, insiro a fotografia sem nenhum drama.
Mas um dia em particular cortou-me o coração. Chega a pauta do Ponto Informativo:
"Borrachalioteca de Sabará recebe veículo doado pelo CDTN." Assunto legal! Um pouco de cultura em meio a designações, ciência e tecnologia. Mais feliz ainda fiquei quando abri o e-mail da fonte, era um verdadeiro histórico da biblioteca alternativa e de como surgiu uma entidade para ajudá-la. Cheguei a ligar para Duarte Costa o remetente do e-mail, me surpreendeu o quanto ele aprecia o trabalho feito em Sabará e se empenha para ajudar na realização do trabalho.
Hora de redigir, iiiiiiiiii!!! Não dá para contar a história que o Duarte relatou aqui não tem espaço, é o lead minha gente! Tive que fazer uma notinha muito da resumida em 4 linhas sem nenhuma poesia, nenhum verso.
Não sei a reação do servidor quando leu a nota, pedirei desculpas, eu queria ter feito uma poesia de tão bonita que é a história, mas não dá. O espaço é pouco, o lead não permite versar, jornalista redige, não escreve. É por isso que estou aqui, sem gatekeeper, editor, técnica, tenho espaço, o erro aqui me agrada, sinal de liberdade....
É por isso que tem tanto jornalista blogueiro, precisamos nos libertar dessas limitações que a profissão que amamos exige.
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