Porém, eu entendo porque alguns odeiam o Natal. As razões também estão na celebração familiar, mas de uma forma diferente. Com o tempo algumas pessoas são levadas daqui, lugares a mesa da ceia ficam vazios, aquele nome não vai ser tirado no amigo oculto mais, a descrição para que descubram quem é que vai ganhar o presente da vez vai para outro momento, o das recordações. E não adianta ninguém dizer que é clichê falar que nessas datas a saudade fica mais forte, quem já perdeu alguém sabe como as lembranças ficam mais intensas nestas épocas.
Nos últimos anos minha família começou a ter que conviver com esses vazios, mas o Natal continua a ser uma data bonita. É exatamente a força encontrada no outro, a chegada de mais crianças, que nos faz continuar.Por mais tristes que tenham sido alguns momentos durante o ano, o Natal ainda é especial. Assim, eu tenho certeza de que o dia 25 para quem não tem quem encontrar, ou para aqueles que veem muitos lugares vazios, principalmente sem a renovação, é mesmo triste, e seria para mim também.
Existem ainda os que dariam tudo para que o dia 25 fosse uma data comum porque dizem não gostar de festas familiares. Pessoas assim não têm a sorte de ter descoberto na família amigos, alento, motivo para festa. Estes nunca vão saber mesmo que o dia é especial, como as outras datas que só fazem sentido se celebrarmos com quem amamos.
Sobre o texto:
Publicado no caderno especial de Natal do Jornal Agora e inspirado na melhor família do mundo, a minha.
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