Na minha mais recente ida ao Hemominas a temperatura do meu sangue subiu ainda mais. Fui informada de que quem precisa da doação de medula óssea possui apenas uma chance em cem mil de encontrar um doador compatível. É tão difícil que o banco de dados é mundial. Não tive dúvidas de que era necessário permitir que 5ml do meu sangue fossem retirados para mapear os meus genes. Afinal, pode ser que eu tenha muito em comum com pessoas que eu nunca tenha visto, mas que precisam de mim. É possível que esta semelhança seja a salvação de uma vida que se encontra em risco por causa de doenças como leucemia, Mieloma Múltiplo, Linfomas ou tipos raros e graves de anemia.
Meu sentimento foi de que posso ser irmã de qualquer pessoa da Terra, pois é preciso que haja uma compatibilidade genética grande. Talvez ela seja até maior do que entre aqueles que vieram do mesmo ventre, já que este parentesco não é garantia de encontrar o tão sonhado doador. É isso que me consola. Em algumas circunstâncias, só mesmo quem tem sangue quente pode salvar alguém. Está fora do alcance dos médicos realizar alguns tipos de cirurgia sem que um doador compatível seja encontrado antes. Minha covardia, então, é totalmente compensada. Também fico feliz em saber que o Brasil tem sangue quente, é o terceiro com maior número de doadores cadastrados, mais de 2,7 milhões. No entanto, devido a dificuldade de compatibilidade cerca de 1.200 pessoas aguardam a identificação de um doador compatível. Sinal de que ,além dos profissionais de sangue frio, como os médicos, a vida também precisa, e muito, daqueles que têm sangue quente.
Um comentário:
Por isso não vou ter medo da "dor" que eu possa sentir... e se eu puder doar ficarei muito FELIZ!!!!
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